domingo, 10 de outubro de 2010

História de uma Vida



3ºCapitulo

... Foi com doze anos que os meus pais me deixaram ir com o meu avô ao Minho terra natal dos meus pais.
Foram três meses que passaram a voar, eu vindimei,malhei feijão, apanhei milho, participei de desfolhadas,dançei o vira, cortei feno, lavei roupa no rio, fiz pão de milho, participei num casamento, passeei gado, enfim fui tão feliz que para regressar foi mesmo por intimato, ou vinha naquele fim de semana ou então viria no outro mas a mal e acompanhada com reforços que viriam de Lisboa, claro que eu regressei de "livre vontade " com o meu avô.E foi assim que eu passei um dos melhores Verões de toda a minha vida.
Com abertura do novo ano escolar 74/75 vou frequentar o 3ºano do curso comercial, na Escola Comercial Ferreira Borges na dependência perto do Calvário (um antigo palacete) e é a partir desse ano que a minha vida começou a remar para outros rios.
Parece que foi ontem, tinha o nºcem sentei-me meio timida meio envergonhada numa das mesas mais ao fundo, porque não conhecia ninguém, uns falavam das férias outros davam-se a conhecer e eu continuava ali só, sentada entretida a fazer os meus cubos na sebenta que leva para tirar alguns apontamentos.
Ao segundo dia de aulas senti que alguém resolveu ser minha companhia de carteira e curiosa olhei para o lado e foi como tivesse recebido um troféu, finalmente iria ter companhia e ainda por cima de um rapaz.
não fiquem espantados pois eu não era muito popular entre as raparigas quanto mais com os rapazes, bem nesse tempo claro era muito pacata.
O tempo foi correndo e até que um dia me encontrei com o colega de carteirano percurso casa escola, pois andavamos muito a pé.
Claro que ele meteu conversa e fiquei a saber que ele morava perto de mim e ele combinou que na volta me diria onde morava.
Na volta quado me disse que morava na porta que tinha o degrau no passeio eu fiquei aparvalhada e disse:-não podes morar ali , porque mora o senhor Ed que é muito meu amigo e ele tem dois filhos crescidos, com risos à mistura ele lá foi dizendo que também era filho do senhor Ed.
Coisas da vida um senhor que era dono de uma das mercearias da rua e do qual eu gostava tanto era pai de um colega meu, que irá ser muito importante na minha vida...


Xunandinha (continua)